terça-feira, 7 de junho de 2011

P O E S I A

Qual é o maior poeta do Brasil? É difícil escolher.

Aliás, para que serve mesmo a poesia?







Para o humanista, com grande sensibilidade, ela vale muito.

É o alimento do espírito e serve para uma profunda reflexão sobre a vida.

Para o homem tecnológico e individualista,


que só pensa nos bens materiais, não vale nada.

Quando o poeta Carlos Drummond de Andrade diz:

No meio do caminho tinha uma pedra,
Tinha uma pedra no meio do caminho...


Ou quando Paulo Mendes Campos, seu conterrâneo,

fala em “Vibrações de tempo”:


A gaivota determinada

mergulha na água verde.
Há um tempo para o peixe
E um tempo para o pássaro
E dentro e fora do homem
Um tempo eterno de solidão.

Os poetas falam de suas perplexidades e angústias,

que não são só suas e sim, de todo o ser humano,

que não sabe de onde veio e não sabe para onde vai.

Quando o jovem poeta Vinícius de Morais, no exílio, lembrou o seu país, ele faz uma das mais bonitas poesias da língua portuguesa

“Pátria Minha” e a saudade foi tanta que,

em poucas palavras, disse tudo sobre o Brasil:

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar, uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.


Quando o pernambucano Manoel Bandeira criou sua Pasárgada,

“filial do céu”, realizou o sonho de todos os homens da terra:

Vou-me embora para Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei.


A poesia é eterna, vem dos primórdios da humanidade,

pois só através da cultura e da educação

o ser humano pode civilizar-se e vencer a barbárie.

A poesia pode aflorar no homem de grande erudição e sabedoria.

Mas pode também se manifestar no homem do povo.


Vejam estes dois exemplos:

Essa palavra saudade

(Pinto do Monteiro):


Essa palavra saudade
Conheço desde criança,
Saudade de amor ausente
Não é saudade é lembrança,
Saudade só é saudade
Quando morre a esperança.

E Patativa do Assaré:


De noite tu vives na tua palhoça,
De dia na roça de enxada na mão.
Julgando que Deus é um pai vingativo,
Não vês o motivo da tua pressão.

Tu és nesta vida um fiel penitente
Um pobre inocente no banco do réu
Caboclo não guarde contigo essa crença
A tua sentença não parte do céu.

Givaldo Soares
Cidadão Brasileiro e Cirurgião Dentista

GENTE QUE ENGRANDECE O BRASIL: LITERATURA – JOSÉ OLYMPIO

José Olympio - O homem e o livro

O Brasil deve muito a José Olympio, editor de livros.

De origem humilde, começou trabalhando em uma farmácia, depois foi balconista de armazém.

Ele nasceu em Batatais/SP, e chegou à capital paulista em 1918. Conheceu o bibliófilo José Mindlin, e começou o amor pelos livros.

Abriu uma pequena livraria na Rua da Quitanda, no centro da cidade. Lançou seu primeiro título, “Conhece-te pela psicanálise”, de José Ralph, Foi um grande sucesso.

Em 1934, transferiu a livraria para o Rio de Janeiro, situada na Rua do Ouvidor, 110.
Começou a publicar o regionalismo nordestino que estava em grande ascensão com:
José Lins do Rego; Graciliano Ramos; Jorge Amado; Raquel de Queiroz e José Américo. Transformou sua editora e livraria na casa dos intelectuais do Brasil.

Homem de grande sensibilidade não poderia esquecer a poesia e editou também os três grandes poetas do Brasil: Vinícius de Morais; Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.

Dois livros fundamentais da literatura brasileira foram editados pela José Olympio:
“Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda e “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa.

Depois veio o Estado Novo e a guerra, então a editora começou a entrar em declínio.

Ao completar 50 anos, José Olympio foi homenageado por um grupo de amigos entre os quais: Getúlio Vargas; Afonso Arinos; Carlos Drummond de Andrade; Guimarães Rosa; Josué Montello e Café Filho, que reconheceram seu amor aos livros e à cultura brasileira.


José Olympio é gente que engrandece o Brasil!!!!

Givaldo Soares
Cidadão Brasileiro e Cirurgião Dentista