sábado, 27 de agosto de 2011

INÍCIO PRECOCE DA ATENÇÃO ODONTOLÓGICA



Atualmente, não é mais possível admitir que um profissional da área da saúde, influente no universo cultural da população, não consiga mudar de atitude e compreender que, seja em clínica pública ou privada, a prevenção da ocorrência das doenças bucais deve se iniciar o mais precocemente possível, preferencialmente ainda no período de gestação.

A atenção Odontológica ao bebê possibilita manter saúde antes mesmo de prevenir a doença e representa uma possibilidade prática de promoção de saúde, altamente abrangente, simples, eficaz e, principalmente, de baixo custo, devendo assim integrar qualquer programa multidisciplinar de saúde, seja este de âmbito individual ou coletivo.

Em especial, ao Odontopediatra fica a responsabilidade de educar para a saúde bucal através da orientação à gestante quanto aos hábitos dietéticos, de higiene bucal, transmissibilidade da doença cárie, uso racional de fluoretos, amamentação natural e artificial e hábitos de sucção não nutritivos.

Os conhecimentos sobre o comportamento e fisiologia das crianças, apontam para a necessidade do atendimento Odontológico se iniciar o mais precocemente possível.

Segundo WALTER & NAKAMA (1998) a idade de 12 meses é ideal para o início do atendimento e possibilita
que a manutenção de saúde atinja 100%.
Por outro lado, outros autores recomendam que a primeira consulta deva se iniciar antes mesmo dos 12 meses de idade (BONECKER et al., 1995; NOWAK, 1996).

A Academia Americana de Odontopediatria (1991) recomenda que os cuidados com a saúde bucal do recém nascido tenham início por volta dos 06 meses de idade ou logo após a erupção do primeiro dente decíduo.

O início da atenção odontológica pode ocorrer até mesmo durante a gravidez, através da Odontologia pré-natal (CORRÊA, 1998), também denominada de Odontologia intra-uterina (KONISHI, 1995).

Do ponto de vista psicológico, estudos demonstram que as experiências intra-uterinas do bebê representam uma antecipação do que será o seu mundo exterior.

Durante a vida intra-uterina o bebê
começa a desenvolver sua relação com o mundo, onde podem ser identificados 03 níveis de interação: biológico, afetivo e comportamental.

Em nível biológico, verifica-se que a criança sofre influência direta da fisiologia da mãe e, através de trocas humorais ou passagem de drogas pela barreira placentária podem apresentar alterações no sistema nervoso em desenvolvimento.
Em nível afetivo tem se constatado q
ue as demandas emocionais da mãe influenciam o bebê, principalmente até 03 meses de idade e conflitos emocionais vividos pela mãe (óbitos, desemprego etc.) guardam relação direta com ansiedade, cólicas e agitação nos bebês.


ACONSELHAMENTO PRÉ-NATAL


Durante o período de gestação, a atenção odontológica visa analisar o comportamento dos pais, a fim de estabelecer um programa educativo que instale ou reforce as atitudes positivas existentes em relação à saúde bucal e minimize ou remova as atitudes negativas.

A educação e o aconselhamento quanto à utilização de medicamentos ou suplementos dietéticos, aleitamento natural e artificial, hábitos de sucção não nutritivos, etiologia da doença cárie, transmissibilidade das doenças bucais, e quanto à higiene bucal dos bebês também são decisivos para concientizar a futura mãe sobre o seu papel no desenvolvimento saudável das estruturas bucais de seu filho (DE-ROSSI et al., 2000)
.

É importante salientar que durante o período de gestação, a saúde bucal da gestante também deve ser observada atentamente, no que diz respeito à dieta materna, evitando todos os produtos açucarados, pois a partir do 4º mês de vida intra-uterina se inicia o desenvolvimento do paladar futuro do bebê.

HIGIENE BUCAL

Alguns autores (RAADAL & ESPELID, 1992; PETRY & PETTRO, 1997, MEDEIROS et al., 1998; TASHIMA et al., 2000) recomendam que os pais iniciem a higiene bucal de seus filhos a partir da erupção do primeiro dente decíduo.
Entretanto, esta higienização deve se iniciar antes mesmo da erupção dental, através da limpeza e massagem gengivais, para que possa se instituir, no bebê e nos pais, o hábito diário de higienização e contribuir para a instalação de uma microbiota bucal saudável (MODESTO et al., 2000). A remoção do leite e alimentos estagnados na comissura labial e na cavidade bucal pode ser realizada utilizando-se dedeiras especiais, fralda ou gaze macias, envoltas no dedo indicador, uma vez por dia, preferencialmente após a última mamada pois a presença de imunoglobulinas liberadas pelo leite protegem a mucosa bucal contra possíveis infecções.

Recomendam ainda que a higiene bucal seja realizada antes de dormir, geralmente durante ou após o banho da criança, para que se associe higiene bucal à higiene corporal, durante toda a vida.



ESCOVAS DENTAIS

BIGNELLI (1998) recomenda a escova Muco-Bucal para o bebê edentado, a escova Buco-Dental após a erupção dental, e a Escova Dental da Segunda Infância após os 3 anos de idade.

McCAULEY em 1946 (apud, TODESCAN, 1991), sugeriu que a escova dental satisfatória precisaria adaptar-se às necessidades individuais quanto ao tamanho, forma e textura; ser leve; de fácil manipulação; eficiente; impermeável; fácil de higienizar; durável; agradável à vista e de baixo custo.

A seleção quanto ao ângulo da cabeça com o cabo, o tamanho e a forma do cabo dependerão mais da preferência dos pais e das crianças, mas é imprescindível que possuam cabeça pequena, cerdas macias e arredondadas.

Os pais devem escolher um formato que se adapte bem às mãos da criança, para que a mesma possa completar a limpeza e massagem dos tecidos.

Até que a criança adquira coordenação motora, geralmente entre 06 e 09 anos de idade, a responsabilidade da higiene bucal caseira cabe aos pais (BUISCHI & AXELSSON, 1996).

Recomenda-se que as escovas sejam trocadas periodicamente, ou submetidas a algum processo de desinfecção com o digluconato de clorexidina a 0,12% (FARIA et al., 1999), uma vez que as escovas dentais tornam-se contaminadas por microrganismos da cavidade bucal, e podem servir como um reservatório para esses microrganismos.



POSIÇÕES PARA REALIZAR A HIGIENE BUCAL DOS BEBÊS

A higiene bucal para bebês de até 18 meses de idade consiste em mantê-lo no colo dos pais, com um de seus braços posicionados por trás de suas costas.
Dessa forma, a mãe pode utilizar o braço que segura o bebê para imobilizar a mão livre dele, e com a outra mão realizar as técnicas necessárias de higiene bucal.

Para os bebês dos 18 aos 24 meses de idade, consiste na participação do pai e da mãe, que sentados frente a frente, com os joelhos unidos, posicionam o bebê no espaço formado entre as pernas de ambos.

Um dos pais imobiliza os braços e as pernas do bebê, enquanto o outro imobiliza a cabeça e realiza a higiene bucal. Esta posição é denominada “Joelho-Joelho”.

Após os 02 anos de idade, pode-se orientar o responsável para que coloque a criança sentada em seu colo de costas.

A inclinação da cabeça da criança para trás permite uma boa visão de todos os dentes.

Uma das mãos segura a cabeça da criança enquanto a outra realiza a escovação.


A finalidade do posicionamento adequado do bebê é a limitação de seus movimentos e a melhora da visibilidade.


Cabe ressaltar que essa tarefa deve ser realizada em ambiente tranquilo, promovendo a transmissão de carinho para o bebê, que levará esta sensação para toda sua vida.


DRA. ALEXANDRA SÁRZYLA MEDEIROS

- Especialista em Odontopediatria: HRAC-USP


- Mestre em Odontopediatria: FORP-USP



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DUAS PALAVRAS

As palavras têm vida e alma. Elas podem ser imponentes, cheias de grandeza, ou simples, que não dizem quase nada. Algumas estão relacionadas com a própria corrupção.

Temos no Brasil, hoje, duas palavras de profunda importância: Uma para o bem, que nos leva ao futuro, e outra que vem de um passado longínquo, que nos leva para o mal, e faz parte de nossa pequenez e nosso egoísmo político.

A primeira é a palavra sustentabilidade e a segunda é patrimonialismo.

A sustentabilidade vai além de cuidar do meio ambiente. É, sobretudo, cuidar do outro, das pessoas, de ser transparente e ético. Já no patrimonialismo, o Estado está a serviço da elite política, econômica e militar. É a característica onde se misturam o interesse público e o privado. Onde o dinheiro da viúva não é meu nem teu, é nosso.

É o jeitinho brasileiro, é o arrumadinho.

No Brasil o patrimonialismo foi implantado pelo Estado colonial português, quando da distribuição de títulos de terra aos senhores, com poderes absolutos. Assim, o patrimonialismo no Brasil tornou-se cultural.

Daí a explicação de tanta corrupção, com a promiscuidade entre a atividade pública e a atividade privada.

Patrimonialismo é uma tragédia em nosso país. Sustentabilidade é a nossa esperança!

Givaldo Soares (Cirurgião Dentista e Cidadão Brasileiro)



terça-feira, 23 de agosto de 2011

SÉRIE: FRASES

Iniciamos hoje a série intitulada "FRASES", sejam elas jocosas ou sérias - nem sempre identificadas. Bom proveito!
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Sou quase um brasileiro. Já posso abrir conta no banco e tirar o CPF. Cesare Battisti

Relembrando: No final dos anos 70, este ex-ativista (Terrorista) foi condenado à prisão perpétua na Itália pelo assassinato de quatro pessoas. Battisti nega a participação nos crimes e disse ser inocente (Claro!). Para as autoridades brasileiras, ele deve ser tratado como preso político por sofrer ameaças.

Comentários de leitores: Uma vergonha! Enquanto a Itália toda pede sua extradição desse comprovado e múltiplo assassino, nós ficamos aqui protegendo e dando direitos a ele. O Brasil se tornou a escória do mundo, qualquer bandido ou assassino está em casa aqui.


quarta-feira, 17 de agosto de 2011

AMAR A MORTE

Afonso Romano de Sant'Anna (*)

Amar de peito aberto a morte.
Não de esguelha, de frente.
Amar a morte,
digamos,
despudoradamente.

Amá-la como se ama
uma bela mulher
e inteligente.
Amá-la
diariamente
sabendo que por mais
que a amemos
ela se deitará
com uns e outros
indiferente.

(*) - Afonso Romano de Sant'Anna (Belo Horizonte, 27 de março de 1937) - Ao longo de sua carreira, publicou mais de quarenta livros, foi professor em algumas universidades no Brasil e no exterior e trabalhou no Jornal do Brasil, na revista Veja, n'O Globo dentre outros. Tido como um dos principais nomes da poesia brasileira

sábado, 13 de agosto de 2011



A comemoração tem origem na antiga Babilônia, há mais de 4 mil anos. Um jovem chamado Elmesu moldou em argila o primeiro cartão. Desejava sorte, saúde e longa vida a seu pai.

Independente do apelo comercial que a data induz não se pode deixar de homenagear aquele que, além de ser responsável pela nossa vinda ao mundo, permanece ao nosso lado durante toda a vida, preocupando-se com tudo o que nos diz respeito, procurando sempre suprir todas as nossas carências.

Que Deus abençoe a todos os pais, dando-lhes sorte, saúde e longa vida, tal e qual há 4.000 o jovem babilônio deu início às comemorações desta especial data.


domingo, 7 de agosto de 2011

O RESPEITO

Daisy Leite (*)

Para abordar este tema fiquei matutando por onde iniciar, devido à amplitude do assunto. Como sempre, gosto de conceituar aquilo de que pretendo falar.

Então, o que é Respeito? Vamos encontrar no Pai Aurélio: “É o ato ou efeito de respeitar.” E respeitar? Tratar com reverência, ou acatamento; venerar, honrar; recear; ter em consideração; ter em conta; cumprir; observar; poupar; não causar dano a; suportar; atender a; fazer-se respeitado; impor-se ao respeito dos outros.

O Respeito se faz presente no comportamento do ser humano, numa relação direta com o contexto ambiental e social.

Assim, tive que selecionar para quem falar de RESPEITO. Claro, preferi os jovens, acreditando que as pessoas mais velhas já tenham uma visão de valores, mais firmes e definidas, especialmente se tiveram berço - não de ouro, mas de educação - como fala a cultura popular.

Busquei na Internet e não encontrei nada que me inspirasse. Então resolvi buscar na minha biblioteca e dei sorte.

Localizei o livro: Boas Maneiras, de Carmem D’Ávila, 7º edição, que ganhei de presente de aniversario de meu amigo, João Caiana, no ano de mil novecentos e cinquenta.

Importante: Em perfeito estado de conservação, pois encapava meus livros de capa fina com feltro e costurava suas bordas com linha grossa em ponto de laço. E ainda colava minha inicias em feltro de outra cor na capa. Chique, não?! E o mais importante: Não os emprestava a ninguém. Acho que eu já respeitava meus livros, porque os poupava e zelava para não lhes causar danos.

Além de irmos para o colégio aos cinco ou seis anos de idade para o jardim de infância, ou pré-primário, com uma base de educação doméstica, no curso primário tínhamos aulas de civilidade e de boas maneiras, onde recebíamos orientação de como nos comportar nas diferentes ocasiões, além da roupa apropriada a ser usada em cada local e ocasião.

Concordo, hoje, que havia um pouco de exagero nas exigências de uma educação conservadora como se fala atualmente, mas a verdade é que existem valores que NÃO PODEM mudar, mesmo através dos séculos.

Encontro no livro de Boas Maneiras, já em 1950:
Aos moços de hoje: (há mais de meio século.)


“Lembrai-vos de que - a velhice não é privilegio das minorias... e um dia também virá bater á vossa porta.”

“Lembrai-vos de que as restrições de guerra que ainda nos são impostas, embora o conflito (mercê de Deus!) esteja terminado, jamais outorgaram a alguém direitos à subversão dos códigos sociais.

“Lembrai-vos de que Mãe é uma religião sem ateu. E quem sabe se uma dessas figuras de anciã, que ao lado da vossa poltrona de ônibus se equilibra vacilante, não teve um filho na guerra, garantindo-nos a segurança que aqui gozamos? Então, os cuidados que lhes dispensardes serão a vossa profissão de fé nesta crença.”
“Lembrai-vos de que as atenções devidas ao pobre, ao fraco, ao enfermo, à mulher e ao velho são um índice das lições que se recebem no berço.”

“Resumindo: Moço de hoje, levanta-te e cede o teu lugar, no ônibus ou no bonde, a quem de direito.”

“Essa é a atitude verdadeiramente digna de um homem civilizado.”

Pensando bem... Os moços de ontem são os idosos de hoje. E se a maioria dos moços de hoje não sabe o que é Respeito, não tem a verdadeira atitude digna de um homem civilizado. A quem cabe a culpa?

(*) - Vice-Presidente da Sociedade Brasileira de Enfermeiros Escritores; Poetisa; Compositora; Professora de Enfermagem da UFRN (Aposentada)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

UM DIA......




Lenilson Carvalho (*)

A serenidade não será privilégio de caminhos excepcionais.

A música será o que de mais divino existir na arte humana.

O sentimento do amor à vida será verdadeiro.

Os princípios da conduta humana serão éticos e transparentes.

Os homens cantarão os ensinamentos da liberdade, igualdade e fraternidade.

Não iremos contribuir para o incentivo de matanças nas guerras civis, institucionais e sociais.

As nossas preces serão direcionadas para a restauração da concórdia e da paz.

Pela nossa obstinação transporemos rochas intransponíveis.

Diremos: vale a pena ter sonhado.

Exerceremos o papel de cidadão em sua mais ampla plenitude.

Resgataremos a memória dos que construíram o nosso país.

O homem terá a certeza que se não trabalhar não encherá seu celeiro.

O acúmulo insensato de dinheiro será incapaz de proporcionar amor e amizade.

Teremos a certeza que viver é uma arte e saber viver é uma ciência.

Saberemos que enfrentar obstáculos e contratempos é mais nobre do que retirar-se para a tranquilidade.

Os homens não usarão as instituições em benefício pessoal.

O afeto, a solidariedade e a gratidão serão bens duráveis e imutáveis.

O bem realizado e o dever cumprido serão fontes perenes de alegria pura.

Gastaremos mais tempo com as crianças.

Teremos uniformidade de conduta e seremos justo em todos os instantes.

Usaremos desculpe, com licença, por favor e obrigado com maior freqüência.

Saberemos que envelhecer é uma arte e que o passar dos anos é o amanhecer da sabedoria.

As pessoas de cabelos brancos e rugas serão tratadas com respeito e reverência.

O homem não terá inveja do seu semelhante.

As instituições concorrerão para a existência digna do homem.

Reduziremos a diferença abissal entre os países ricos e pobres.

Seremos mais úteis trabalhando para o bem-estar do mundo.

Cada dia buscaremos a felicidade que depende de nós mesmos.

Não usaremos o nosso tempo para lágrimas e lamentações.

Não perderemos a nossa fé diante das asperezas do mundo.

Executaremos nossas tarefas com entusiasmo, denodo e dedicação.

O homem será simples e bom. Viverá ensinando e de sua vida fará a melhor das lições.

As crianças não sofrerão maus tratos.

As mulheres não serão vítimas da violência masculina.

(*) Cirurgião-Dentista, Professor e Escritor.

lenilsoncarvalho@hotmail.com