quinta-feira, 31 de outubro de 2013

DOMINGUINHOS CHEGANDO AO CÉU


 Por Luiz Gustavo Oliveira -Campina Grande/PB - 23/07/2013


- "Manda chamar São Pedro aí minino", avisa um senhor robusto de passo vagaroso e sorriso tímido ao anjo que o recebe na portaria do céu. 
E o anjo, tomado pela surpresa do pedido, emenda sem muita convicção. -"São Pedro a essa hora está dormindo!"
 
E o homem de gestos lentos e voz baixa, com sua sanfona do lado não perde tempo:  
 -"Eu  sabia. Só pode estar dormindo o santo, com tanta seca no Sertão! Pois me diga uma coisa, meu filho, onde é que fica aqui o pessoal do forró, do baião, do xote, do xaxado, do pé de serra?”     
E o anjo já irritado com tanta perguntação, dispara:   
-"O senhor pegue sua sanfona e entre tocando do mesmo jeito que fez a vida toda e eles vão reconhecer na hora pois pra tocar como o senhor, aqui nunca chegou ninguém." 
E assim, querendo agradar, Seu Domingos aprumou sua velha companheira e emendou sua cantiga mais linda:

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo
Um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom,
Poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Prá mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro, ficar sem você
Vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que eu vou mergulhar
Na felicidade sem fim

Seus olhos brilhavam, à medida que os amigos de tantos anos iam aparecendo. 
Veio Jackson com um pandeiro na mão acompanhando a toada. Deu um abraço e disse: -“Tamo junto. Hoje o côro vai comer"  
Veio Patativa do Assaré com um maço de papel rabiscado e emendou:  -"Não vinha simbora não, homem? Olha o tanto de letra pra você botar musica."
Veio Marinês com uma chinelinha rasteira e não perdeu tempo: 
-"Até que enfim, Neném! Pensei que tú não vinha mais. Termine logo essa ladainha que eu quero matar a saudade de tocar um xote contigo".
 
Abdias na sua sanfona de oito baixos rasgava solos de arrepiar as penas dos anjos que se aproximavam pra ver aquela "confusão" que se formava na entrada do céu.

Um sujeito de uma brancura que doía nos zóio puxou também seu fole que logo Dominguinhos reconheceu. Com uma deferência sanfonada, abraçou o velho amigo: - "Se achegue, mestre Sivuca. Eu lhe disse que a gente ainda se encontrava".
 
E assim, tantos outros grandes mestres da musica popular nordestina. Tantos amigos, tantos companheiros desses longos anos de estrada.
 
O forró começou e era uma música atrás da outra. -"Eita forró bom como o diabo.", gritou Dominguinhos.  Pra quê? Os amigos quase que em coro advertiram: -"Hôme se ajeite no linguajar que você tá no céu. Aqui não se fala no coisa ruim".
Dominguinhos deu aquela sua risada macia que lhe é característica. -"Oxe, e é mesmo né? Pois tá combinado."
 
Com meia hora de forró, Dominguinhos olhava pra um lado e pro outro como que procurasse alguém que ainda não tinha dado as caras naquela animação. Todos já sabiam de quem se tratava mas como já estava tudo combinado, faziam de tudo pra aumentar  ainda mais o suspense. 
A esta altura, já faziam parte da plateia em deleite, um milhão de anjos e querubins, Santa Luzia, São Pedro (ainda com uma cara de sono bem dormido) e São João que não podia faltar depois de tantos anos vendo o velho sanfoneiro tocar em suas festas. 
Até o Todo Poderoso mandou seu filho na frente pra avisar que esperassem ele chegar pra presenciar o grande encontro. 
Apesar de toda sua onipresença, esse encontro ele fazia questão de ver com os próprios olhos.
 
Foi então que, chegando de mansinho por trás, o velho amigo pousa a mão no ombro do sanfoneiro de Garanhuns, que numa alegria que não se via há anos, puxava os versos animados de "Olha! Que isso aqui tá muito bom Isso aqui tá bom demais Olha! Quem tá fora quer  entrar Mas quem tá dentro não sai...
 
Dominguinhos não precisou nem virar. Reconheceu o amigo pelo cheiro. Aquele cheiro. Aquele cheiro bom. Aquele cheiro lá das bandas do Exú.
 
E nesse instante, o céu se alumiou ainda mais e se cumpriu a Prece a Luiz escrita por Dominguinhos anos atrás e cantada agora entre um longo abraço e lágrimas de saudade e alegria pelo reencontro.
 
Prece a Luiz - Por Dominguinhos
 
Se Deus me desse outra vida
Além dessa que vivo
Iria viver de novo pertinho de seu Luiz
E aprender outra vez, os segredos da sanfona
O canto de amor a terra e esse apego ao chão

Se Deus me desse outra vida
Gastava ela na estrada
Varando noites a fio
Fazendo o povo dançar
Só queria teus abraços pra descansar da sanfona
Depois de nela tocar, o mais bonito baião
Pois Asa Branca, na vida triste do povo
Para o Nordeste alegrar trazendo amor e paixão
Légua tirana deixa distante do povo
Seca martírio e miséria trás alegria ao sertão
Faço uma prece ao Luiz
Peço pra me iluminar
Que eu não esqueça a raiz do rumo do meu cantar
 
E as lágrimas que caiam dos olhos de Dominguinhos, do Gonzagão e de todos aqueles que ali estavam carregaram as nuvens do céu e, depois de tantos dias, choveu no Sertão do Brasil.

 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PARABÉNS, CIRURGIÕES DENTISTAS BRASILEIROS!



Nesta data, há 129 anos, foram criados os primeiros cursos de Odontologia no nosso País. 

A evolução é constante em termos de tecnologia, técnicas nas diversas especialidades, e a qualificação tem melhorado substancialmente, principalmente em termos de pós-graduação nas diversas especialidades criadas.

O atendimento à população carente aumentou e melhorou bastante, mas ainda há lacunas a serem preenchidas em relação aos rincões mais distantes, que têm necessidades cada vez maiores para receber competente e adequado tratamento bucal.  

O Sistema Único de Saúde (SUS) modificou sua estratégia de atendimento, beneficiando milhões de cidadãos que, antes, buscavam o serviço público apenas para casos de emergência.

Os planos odontológicos particulares também tiveram um grande incremento, em função de maior poder aquisitivo da chamada classe C.

Enfim, o desenvolvimento da Odontologia aconteceu em vários segmentos, levando melhores condições de saúde bucal a muitos milhões de pessoas das várias faixas etárias.

Assim sendo, estão de parabéns os mais de 250.000 Cirurgiões Dentistas que, cada vez mais, contribuem para a saúde da boca, por conseguinte, da saúde geral dos nossos conterrâneos.

Vida longa à Odontologia brasileira, a seus componentes e familiares!

Que assim seja!
A DIRETORIA

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Homenagem ao centenário do eterno Poetinha Vinícius

19.10.1913 / 19.10.2013

10 MELHORES POEMAS DE VINÍCIUS DE MORAIS   (*)

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Pátria Minha

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamem
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes.”

Poema de Natal

Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.

Soneto de Contrição

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.
Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.
Não é maior o coração alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma…
E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

Não Comerei da Alface a Verde Pétala

Não comerei da alface a verde pétala
Nem da cenoura as hóstias desbotadas
Deixarei as pastagens às manadas
E a quem maior aprouver fazer dieta.
Cajus hei de chupar, mangas-espadas
Talvez pouco elegantes para um poeta
Mas peras e maçãs, deixo-as ao esteta
Que acredita no cromo das saladas.
Não nasci ruminante como os bois
Nem como os coelhos, roedor; nasci
Omnívoro: deem-me feijão com arroz
E um bife, e um queijo forte, e parati
E eu morrerei feliz, do coração
De ter vivido sem comer em vão.

A Rosa de Hiroxima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida.
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

Soneto de Devoção

Essa mulher que se arremessa, fria
E lúbrica aos meus braços, e nos seios
Me arrebata e me beija e balbucia
Versos, votos de amor e nomes feios.
Essa mulher, flor de melancolia
Que se ri dos meus pálidos receios
A única entre todas a quem dei
Os carinhos que nunca a outra daria.
Essa mulher que a cada amor proclama
A miséria e a grandeza de quem ama
E guarda a marca dos meus dentes nela.
Essa mulher é um mundo! — uma cadela
Talvez… — mas na moldura de uma cama
Nunca mulher nenhuma foi tão bela!

Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor… não cante
O humano coração com mais verdade…
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade
Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

Soneto de separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Receita de Mulher

As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso
Qualquer coisa de dança, qualquer coisa de haute couture
Em tudo isso (ou então
Que a mulher se socialize elegantemente em azul, como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível. É preciso
Que tudo isso seja belo. É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada e que um rosto
Adquira de vez em quando essa cor só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser, mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens. É preciso, é absolutamente preciso
Que seja tudo belo e inesperado. É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Éluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como o âmbar de uma tarde. Ah, deixai-me dizer-vos
Que é preciso que a mulher que ali está como a corola ante o pássaro
Seja bela ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo e
Seja leve como um resto de nuvem: mas que seja uma nuvem
Com olhos e nádegas. Nádegas é importantíssimo. Olhos, então
Nem se fala, que olhem com certa maldade inocente. Uma boca
Fresca (nunca úmida!) é também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras; que uns ossos
Despontem, sobretudo a rótula no cruzar as pernas, e as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é porém o problema das saboneteiras: uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável
Que haja uma hipótese de barriguinha, e em seguida
A mulher se alteia em cálice, e que seus seios
Sejam uma expressão greco-romana, mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de cinco velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes, mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala e cobertas de suavíssima penugem
No entanto sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo, e a mulher não lembre
Flores sem mistério. Pés e mãos devem conter elementos góticos
Discretos. A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias tenham uma temperatura nunca inferior
A 37º centígrados, podendo eventualmente provocar queimaduras
Do primeiro grau. Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da terra; e
Que se coloquem sempre para lá de um invisível muro de paixão
Que é preciso ultrapassar. Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se se fechar os olhos
Ao abri-los ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exale sempre
O impossível perfume; e destile sempre
O embriagante mel; e cante sempre o inaudível canto
Da sua combustão; e não deixe de ser nunca a eterna dançarina
Do efêmero; e em sua incalculável imperfeição
Constitua a coisa mais bela e mais perfeita de toda a criação inumerável.

(*) - Publicados nos livros: Cinco Elegias, Poemas, Sonetos e Baladas, Novos Poemas, Novos Poemas (II), Pátria Minha, Livro de Sonetos e Antologia Poética.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

DOAÇÃO DE BRINQUEDOS PARA CRIANÇAS CARENTES

A Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo em parceria com o Projeto Vida e Alegria, está realizando nos dias 07, 08 e 09 de Outubro no horário das 05h00 às 11h00, e das 14h00 às 20h00, no Bosque das Mangueiras, arrecadação de brinquedos novos ou usados para doar no Dia das Crianças e na Noite de Natal. 

Este projeto parte de uma ONG que recupera brinquedos para doar as crianças de bairros periféricos, então  convidamos  a todos para participar deste momento de solidariedade e educação ambiental.
 

Participem... contribuam... divulguem! 

As crianças agradecem!